Em 1881, Machado de Assis publicou Memórias Póstumas de Brás Cubas, uma obra que se tornaria um marco não apenas em sua trajetória literária, mas também na história da literatura brasileira. Considerado o ponto de transição entre o romantismo e o realismo, o romance inaugura a fase mais madura do autor e traz uma prosa inovadora, fragmentada e ousada, que combina elegância, refinamento e um humor negro, elementos que inicialmente causaram estranheza na crítica. Com o tempo, o “defunto autor” e sua irreverente visão sobre a vida e a morte conquistaram o coração dos leitores, tornando-se um dos personagens mais emblemáticos da literatura nacional.

A história de Brás Cubas, um homem que reflete sobre sua existência e os fracassos de sua vida após a morte, foi adaptada para diversos formatos, incluindo filmes, peças de teatro e HQs, e continua a ser uma obra admirada globalmente, influenciando figuras como Susan Sontag e Woody Allen. A obra é uma crítica afiada à sociedade e um retrato da incerteza humana, o que a torna ainda relevante para o público contemporâneo.

A edição atual inclui o prólogo escrito pelo próprio autor para a terceira edição do livro, no qual responde às questões levantadas pelos primeiros leitores. A obra também conta com um prefácio de Hélio de Seixas Guimarães, professor e pesquisador, e com um cuidadoso estabelecimento de texto, além de notas de Marta de Senna e Marcelo Diego, especialistas que aprofundam o entendimento do autor e de sua obra. Memórias Póstumas de Brás Cubas é leitura essencial para quem deseja compreender a literatura brasileira e é frequentemente incluída nas listas de vestibulares, como o da UFGD.